13.5.25

Sexualização do Evangelho no Protestantismo

Desta vez, tratar das blasfêmias heréticas de René Kivitz demandará uma abordagem complexa, de ao menos dois fatores, sendo um externo e outro oculto: a) ao deturpar o Evangelho de Jesus Cristo segundo São João a respeito da expressão “água viva”; b) ao manifestar uma mentalidade subversiva.
Jean Jacques Henner. Mulher Nua Reclinada Lendo um Livro.
1. Este blog, no curso deste ofício, já precisou desvelar as perniciosas aspirações de protestantes como Claudio Duarte e Rodrigo Silva, respectivamente pelo Nestorianismo Contemporâneo e Adventistas: Modernos Ebioniotas. Agora, resta tratar da maledicência de René Kivitz, sobretudo ao omitir aquilo que fez.

2. O que é que ele não fez, supostamente? Dizer que Santa Fotina da Samaria pensou que Jesus Cristo lhe tinha feito uma oferta de duplo sentido, motivo pelo qual desconfiou a samaritana, conforme interpretou René Kivitz as passagens do Evangelho a respeito do encontro de Nosso Senhor com ela. Confira, no tempo de 00:24, em vídeo:
3. Diz ele que “colocaram palavras na boca dele” e coloca na internet a culpa por aquilo que não disse, aliás, “jamais teria dito”, supostamente. Pede-se perdão ao leitor do Enquirídio pelo aparente mistério, mas é que dizer o que o René Kvitiz falou, mesmo em escrita, não é tão simples, como está posto no tempo de 17:18 do vídeo:
4. Neste vídeo, depois de explicar alguns contextos a respeito da passagem de Nosso Senhor pela Samaria, ele diz: então essa mulher aqui é uma samaritana, Ele é judeu, e Ele fala para ela ‘me dê um pouquinho de água’. E ela dá sequência na conversa, ela diz assim: como assim você vem me pedir água? Você é judeu; eu sou samaritana. Aí Jesus diz assim, no versículo dez: se você conhecesse o dom de Deus, e Quem está pedindo água para você, você lhe teria pedido, e Ele lhe teria dado água viva.” Até aqui ele cita tão somente um trecho já modificado do Evangelho, cujo teor na versão do Padre Matos Soares ou da Conferência Episcopal dos Bispos do Brasil — CNBB difere. Após citar este texto, começa a interpretar e dramatizar, parodiando Santa Fotina, enquanto lhe imputa malícia, colocando palavras na boca dela, que ela jamais teria dito: “A mulher olha para ele e fala: que conversa é essa?”. E o pior está por vir — grave muito bem esta parte — nas inserções de René Kvitiz, examinadas mais profundamente nos parágrafo seguintes, quando indexa na mente do ouvinte uma imagem acústica acerca da Revelação que nunca houve e haverá na história da salvação, ainda mais sobre terminologias sexualizadas na composição do Novo Testamento, consoante a parvoíce que ele acrescenta ao espetáculo: “E água viva é eufemismo, porque aqui — a Bíblia tem trechos impróprios para menores — água viva é uma água que jorra, é um esguicho. ‘Tenho um esguicho para te dar’ [teria dito Jesus Cristo, segundo Rané Kivitz]. É uma palavra de duplo sentido. Essa mulher está querendo ver até onde essa conversa vai chegar: Jesus está falando de água mesmo, ou Ele está falando da virilidade d’Ele, do sêmen d’Ele?”.

5. Todo o resto do show de horrores narrativos se valem do Evangelho para justificar essa malícia que Santa Fotina teria levantado, mesmo que apenas na mente, sobre Jesus Cristo. Acerta desta parte, no trecho do vídeo apontado no segundo parágrafo deste artigo, ainda bem que ele mesmo afirma: “alguém fez o favor de colocar palavras na minha boca palavras que eu nunca disse e jamais teria dito. Mas esse fenômeno chamado de virtual, a internet, o mundo digital, essa linguagem do mundo digital, implica essas coisas: maldade, desonestidade intelectual, comunicação por recorte, frases. Então, alguém me fez o favor de divulgar que eu teria dito que Jesus teria oferecido o seu sêmen à mulher samaritana. Evidentemente que eu jamais disse isso, jamais diria isso, e acho que eu fiquei um pouco traumatizado com essa maldade toda, mas hoje resolvi vencer o trauma, e voltar a João, capítulo quatro”. Os vídeos disponibilizados no YouTube certamente podem ser tirados por quem os botou lá, porém, outros links "espelho" foram colocados imediatamente abaixo e estão armazenados em drive particular, importando preservar esta infame memória no intuito de mostrar que o tal protestante levantou testemunho contra ele mesmo. Porém, antes de seguir, faça-se justiça ao que, por fim, os demais ouvintes e espectadores desse espetáculo blasfemo tiveram por justificativa, pois René Kivitz realmente não imputou a Nosso Senhor aquelas parvas palavras; apenas frisou que nas Sagradas Escrituras há passagens impróprias para menores (de 18 anos), simplesmente informando que “água viva” era “eufemismo” (palavra para amenizar o real teor deste termo), porque ela teria um duplo sentido, significando “sêmen” também, porém, questionando-se: na mente daquela mulher, diga-se de passagem venerada pela Igreja Católica (igualmente pela Ortodoxa, Copta e Anglicana), ou da do “pastor-pornô”?

6. E o pior de tudo é que o arrependimento, ao menos no que ele mesmo colocou numa outra “pregação” sobre a samaritana, parece inexistir. Neste ponto, pode-se dizer estar concluída a denúncia a respeito do ponto “a” sobre as blasfêmias heréticas de René Kivitz, restando essencial, portanto, abordar a mentalidade subversiva manifestada por ele, notadamente sexualizada. Mesmo que depois quisesse retirar aquilo que disse, ainda assim sobraria a simples questão: por que teve que dizer aquilo? Para eles, adeptos da sola scriptura, que por sua vez preconiza que somente a Sagrada Escritura é válida ao cristão, onde aquele dado sexualizado corroboraria a mensagem salvífica do Evangelho? Por isso que recebeu a alcunha de “pastor-pornô” e a investigação, agora, prioriza a cognição de como um indivíduo, que se diz seguidor de Jesus Cristo, teve essa capacidade. Um fato de extremo interesse é o repúdio perene que mantém contra as mulheres, em um tipo de misoginia, uma vez que empreendem isso constantemente contra Nossa Senhora, assim como outras personagens relevantíssimas do Novo Testamento. Se provocam esses raciocínios para antagonizar a Igreja Católica, é preciso que saibam que cooperam com o mal diretamente, subvertendo o que é sagrado como sinal de aceite ao mundo. Psicologicamente, diversas teorias justificariam essa conduta para subverter, incluindo aspectos inconscientes, mas não parece nem sequer lógico que ele tenha pronunciado aquelas deturpações sem qualquer intenção. Como quem tenta convencer o público a respeito daquilo que vai sendo posto, muitas pausas são feitas, dando-lhe espaço suficiente para perceber até onde ele pode ir naquela estória — e o mais intrigante é a completa inércia da plateia, que vai aceitando aquela sugestão, formando uma imagem acústica perversa a respeito da consciência feminina na época de Nosso Senhor aqui na terra, ainda mais pela suposição de que na Samaria elas pensassem de maneira maliciosa, justificando o ódio dos judeus pelos samaritanos.
É o fato de René Kivitz primeiro enxergar uma conotação de caráter sexual que não apenas cria uma repulsa por sua atitude, mas traz para este blog preocupações relacionadas à educação, sobretudo no Brasil, onde o fato da banalização cultural importar ao interior desses lugares de supostos cultos a Jesus Cristo a exacerbação da sexualidade impregnada nas músicas, danças e demais produtos da subcultura.
7. Um problema que não poderia ser discutido com profundidade sem concluir antes algumas questões relacionadas a educação sexualizada que impregnou o ocidente partindo de conceitos próprios da famigerada Escola de Frankfurt, o que é conveniente para investigações mais específicas, cabendo aqui realmente o registro e certamente a antecipação de percepções que autorizam a afirmação de que os protestantes, por uma liberdade que acreditam possuír para interpretar o Evangelho conforme suas conveniências e contantes oposições infundadas ao Magistério da Santa Igreja. Assim sendo, deixe que alguém realmente gabaritado possa trazer razões claras sobre a passagem a respeito da samaritana. Desta forma, verificando a Catena Áurea relativa aos registros joaninos, monumental obra compilada por São Tomás de Aquino, ensina Santo Agostinho: “Mostra-lhe Nosso Senhor que a água a que se refere não é a que ela está a imaginar. E, com efeito, o Salvador conhecia-lhe a fé; sim, sabia, que ela tinha sede do Espírito Santo e estava inclinado a lho dar. De fato, esta água viva, se a bem compreendemos, não é senão dádiva de Deus, como no-lo diz expressamente o Salvador: Se tu conheceras o dom de Deus”; “Chama-se, comumente, ‘água-viva’ aquela que corre da fonte, pois que a água da chuva, recolhida nas fossas e cisternas, não é dita ‘viva’. Do mesmo modo, não podemos chamar de ‘água viva’ a que, tendo saído da fonte, foi a armazenada separadamente num reservatório, e cujo curso foi interrompido de maneira a apartá-la da mesma fonte que a produziu”. Agora pense: havia necessidade de invocar as lições de um santo e doutor (além de fundador da semiótica) para concluir que a tal “água viva” é a graça dada pelo Espírito Santo? O que é que isso tem a ver com “sêmen”? É o fato de René Kivitz primeiro enxergar uma conotação de caráter sexual que não apenas cria uma repulsa por sua atitude, mas traz para este blog preocupações relacionadas à educação, sobretudo no Brasil, onde o fato da banalização cultural importar ao interior desses lugares de supostos cultos a Jesus Cristo a exacerbação da sexualidade impregnada nas músicas, danças e demais produtos da subcultura.
Depois, nesta mesma ocasião, afirmou que se ele tivesse um DeLorean, reformaria a Sagrada Escritura por não contemplar os problemas do presente — revelando o fracasso do sola scriptura do protestantismo.
8. Em um derradeiro apelo à razão de René Kivitz, observou-se no conteúdo da entrevista que concedeu ao canal de YouTube, certamente de protestante, curiosamente denominado “Café com a verdade”, uma mea culpa, por menor que fosse, porém, infelizmente, aos 24s desse vídeo, o que é justificado é o seguinte: “Jesus nunca diria que a água viva é o sêmen. E eu nunca disse que Jesus disse isso. Esse é um problema grave que a gente enfrenta. Colocaram palavras na minha boca e elas [se] alastraram, elas foram dispersas, e como é que eu vou [qualquer coisa “pena”]. Eu não dou a entender [afirmando quando questionado pelo interlocutor]. O que eu disse claramente foi que a mulher samaritana poderia ter entendido”. Como dito, joga toda perturbação que ele mesmo causou para o povo, figurado pela internet. Mas não parou nisso! Agora ele expõe a verdadeira estratégia por trás: “Porque também eu penso o seguinte, Cézar [interlocutor]: quem não incomoda, não faz diferença. Você tem que tirar o seu ouvinte da zona de conforto dele. Você está num auditório, que o cara que está te ouvindo pregar o Evangelho, ele está olhando no WhatsApp. Você tem que chamá-lo para ele levantar a cabeça do WhatsApp e prestar atenção em você: ‘foi isso mesmo que ele disse?’; ‘o que é isso?’; ‘o que é que ele está falando’. Presta atenção em mim! É isso que eu estou dizendo. Presta atenção em mim”. Em suma, trata-se da visão utilitarista da Bíblia Sagrada, que por uma necessidade de reconhecimento de autoridade, como se vê, vale tudo, inclusive de projetar em Santa Fotina as próprias perversidades sexualizadas que guarda na mente. Depois, nesta mesma ocasião, afirmou que se ele tivesse um DeLorean (carro que foi adaptado na ficção “De Volta para o Futuro” para retornar ao passado), reformaria a Sagrada Escritura por não contemplar os problemas do presente — revelando o fracasso do sola scriptura do protestantismo, embora isto seja tema para um novo artigo, talvez menos extenso, embora este o seja pela necessidade de se explicar com detalhes.
9. Verdade seja dita (repetida, na verdade): fé, só na Igreja Católica, alicerçada na Tradição, Magistério e Sagrada Escritura, mas que, antes disso, possui como Sumo Sacerdote o próprio Cristo, Jesus, Nosso Senhor. Estar sem norte é a consequência àqueles que rejeitam o primado de Pedro e a própria Pedra Angular.
    Para referenciar esta postagem:
ROCHA, Pedro. Sexualização do Evangelho no Protestantismo. Enquirídio. Maceió, 13 abr. 2025. Disponível em https://www.enquiridio.org/2025/05/sexualizacao-do-evangelho-no-evangelho.html.

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